08/19/2010 15:06 | Sem comentários
Na ânsia de mudar radicalmente o visual, muitas vezes cometemos erros irreversíveis. Às vezes, até conseguimos repará-los, mas eles deixam estragos. Quem nunca se entregou a uma tinta, tonalizante e descolorante e não passou por maus bocados por conta dessa experiência? Fios manchados, mechas alaranjadas, tons claros ou escuros demais são apenas alguns dos exemplos que uma tintura mal feita pode causar. E o pior, na tentativa de consertar o erro, agravamos ainda mais a situação. E pobres dos nossos fios, reféns destas químicas todas. Portanto, antes de colorir os cabelos, fique atenta a alguns cuidados.
A tinturista Glória Siqueira alerta: “Já tive clientes que pintaram o cabelo em casa por questão de economia, não gostaram do que viram e vieram ao salão para consertar. Muitas vezes conseguimos reparar o erro, porém, quando o estrago é enorme o jeito é esperar ou, em último caso, cortar”. Quando fala em esperar, a especialista se refere a uma pausa de cerca de 20 dias para aplicação de uma nova tintura permanente para dar cara nova às madeixas. “É o tempo de recuperação do cabelo. E para auxiliar esta restauração, os fios necessitam de tratamento: sessões semanais de hidratação, banhos de queratina, aplicação de máscaras hidratantes; ingredientes que façam com que eles revivam”, completa Glória. É, esta brincadeira é coisa séria.
As tinturas têm em sua composição químicas que penetram na cutícula capilar e retiram parte dos pigmentos originais para fixar os corantes da nova cor. As colorações permanentes, que levam amônia na fórmula, são mais eficazes, mas, ao mesmo tempo, sua ação é mais agressiva, pois há alteração na estrutura do fio. Já as tinturas semipermanentes, os tonalizantes, a alteração na cutícula é relativamente pequena e os danos seguem nesta proporção. “Procuro consertar com tonalizantes, que não agridem tanto e podem ser usados sobre a tinta, mas se o quadro for dramático é preciso utilizar químicas mais potentes”, explica Glória.
No caso de clarear o que ficou escuro em excesso, a solução começa com uma decapagem, isto é, a remoção da coloração preexistente com descolorantes que retiram os pigmentos, para depois aplicar a tintura correta. Quem pensa que basta uma tinta num tom mais claro está enganado. “Tinta não clareia tinta. Somente em cabelos virgens ela age como um clareador capaz de produzir um tom até quatro vezes mais claro”, frisa a tinturista.
Segundo ela, em alguns casos, a solução só vem com a tesoura. “Se o cabelo tiver sido pintado poucos dias depois de alisado, ficará detonado e quem sofrerá mais são as pontas. A única solução é tirar toda a parte espigada e fazer uma queratinização ou aplicação de máscara hidratante pelo menos uma vez por semana. Máscaras à base de óleo de macadâmia são restauradoras. É importante também respeitar o intervalo de 20 dias entre o alisamento e a aplicação da tinta”.
E considere-se uma sortuda se o resultado do excesso de química for fios ressecados ou espigados. Em algumas situações, as conseqüências são mais graves, como queda de cabelos e dermatite de contato, lesões no couro cabeludo que provocam coceira e vermelhidão e, em casos mais complicados, alergias que se espalham pelo rosto.
Se você é do tipo camaleoa, atenção à saúde dos fios, pois de nada adianta seguir a moda da estação com cabelos sem vida. E sempre procure a orientação de um profissional que saberá a melhor coloração para atender os seus desejos. “Colorir os cabelos no salão custa caro, mas os resultados são mais confiáveis”, adverte a especialista.
- Não se prenda ao tom mostrado na caixa da tintura, pois ele varia de cabelo para cabelo, principalmente se ele já for colorido.
- Tons vermelhos e pretos são mais difíceis de reparação.
- Respeite o tempo de aplicação determinado pelo fabricante. Retirar a tintura antes ou deixar passar demais pode provocar efeito contrário.