sábado, 25 de setembro de 2010

TEXTO DE SANDRA SAMARITANO PSICOLOGA

FICAR OU NAMORAR?
Por que “ficar” é a linguagem usada atualmente se na realidade as pessoas estão atrás de um relacionamento?
O ficar significa “relacionar-se superficialmente”. As pessoas dizem que preferem ficar, mas atuam de maneira contrária. Não adianta as pessoas falarem ou tentarem desempenhar um papel se o seu valor moral não está preparado para tal.
Estamos vivendo, não é de hoje, uma intensa mudança de valores. Mudando os valores, mudam os papéis, entendidos estes como o espaço onde vivemos nossas emoções.
A modernidade levou o ser humano a acreditar que relacionamento causa dor, sofrimento e desajuste. Isso tudo porque o medo está muito mais forte do que qualquer outra emoção. Então, se fico, não corro risco de ser cobrado por algo que nem eu mesmo sei.
No plano psicológico, o ficar exime a pessoa de qualquer responsabilidade emocional. Se fico, simplifico a relação e a responsabilidade por um futuro relacionamento em que as duas pessoas podem ter finalidades comuns, verificarem se há compatibilidade de gênios entre si, se adorarem. Contudo, para ficarem juntas sem cobranças ou julgamentos, é necessário que iniciem uma relação de cumplicidade como, por exemplo, o namoro, em que as pessoas se ligam afetivamente.
O namoro ou o relacionamento com compromisso permite que a pessoa, pela convivência a dois, se conheça, crie intimidade e, com o tempo, perceba se quer ou não construir com o outro uma vida. Nesse período, a cumplicidade é importante para que cada um seja o que realmente é sem pendurar seus desejos, anseios no outro e vice-versa.
Para que isso aconteça é necessário “namorar”, que é mais complexo do que simplesmente “ficar”.
Então, vamos continuar simplificando, talvez fugindo – só ficando – ou começar a assumir as prováveis maneiras do que é se relacionar – namorando. Se permita e descubra que viver é arriscar, é poder fazer escolhas e ser feliz.